sábado, 18 de abril de 2009

Caça ao cliente ''emergente''



Na periferia de São Paulo, a caça ao cliente ''emergente''


 Mario Oliveira Luiz viu na periferia o cenário ideal para criar uma agência de Viagens
Andrea Vialli

Da periferia paulistana para o mundo. Com essa idéia em mente, o administrador de empresas Mário Oliveira Luiz criou, há oito anos, sua agência de viagens, a Novatur, dedicada a atrair o que ele chama de "clientes emergentes". São pessoas de baixa renda, muitos deles migrantes nordestinos, moradores da periferia, que só muito recentemente vêm experimentando a oportunidade de viajar de avião."Tenho clientes que começaram a viajar comigo parcelando uma passagem aérea para o Nordeste. Depois, evoluíram para a Pousada do Rio Quente e agora estão indo para a Disney", afirma, de posse de um banco de dados de 4.000 nomes. Os roteiros internacionais mais procurados são - além da Disney - a América do Sul, especialmente Argentina. A Europa, conta, ainda é um sonho distante para a maioria de seus clientes, mas roteiros para Portugal começam a vender, por conta da facilidade do idioma. "Muitos têm medo de entrar num avião, nunca pisaram em um aeroporto e receiam sofrer preconceito. Meu trabalho é dar segurança a esses novos viajantes", diz. A Novatur, instalada em uma rua calma do Jardim São Luiz, na periferia da zona Sul paulistana, é uma microempresa familiar e, como tantas outras, sofre com as oscilações do mercado em que atua. "Os últimos anos têm sido difíceis para o negócio. Tivemos os acidentes da Gol e da TAM e o apagão aéreo, fatores que assustam nosso cliente em potencial." O que atrai mesmo novos viajantes, segundo ele, é o fato de que as passagens aéreas se tornaram mais baratas e também as condições de pagamento, que pode ser feito com boleto, depósito bancário ou cartão de crédito. "Noventa por cento dos clientes parcelam a viagem em seis vezes sem juros no cartão de crédito. E muitas vezes o cartão é do tio, da prima, do cunhado."ÔNIBUS, NÃO"De ônibus, não. Agora você vai de avião." Com esse slogan na ponta da língua e muitos panfletos de propaganda embaixo do braço, Luiz começou a freqüentar a porta de casas de shows populares e forrós nos arredores do Jardim São Luiz. A propaganda funcionou. Hoje, os bilhetes aéreos representam 85% das vendas da Novatur. Os outros 15% do faturamento vêm da venda de pacotes de turismo, segmento em que ele pretende crescer mais.
ESTADÃO, Domingo, 27 de Abril de 2008

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dólar leva classe C para o exterior



Dólar leva classe C para o exterior



Com crédito fácil, turistas de baixa renda trocam as viagens domésticas por pacotes para países vizinhos

O tango e a neve, além do forró e das praias nordestinas, já começam a fazer parte dos planos de viagem da classe C. O dólar - cada vez mais barato para o bolso do brasileiro, somado às ofertas do parcelamento - atrai uma nova camada da população para as viagens internacionais. São turistas que muitas vezes conhecem os destinos populares do Nordeste, como Porto Seguro, na Bahia, e algumas capitais, mas nunca imaginaram ir para o exterior.
Há oito anos, quando abriu sua agência de viagens, na região de Santo Amaro, Mario Oliveira Luiz se empenhava em convencer clientes que só andavam de ônibus que era possível parcelar uma passagem aérea para o Nordeste. "Hoje procuro mostrar que com US$ 500 (cerca de R$ 860 pelo dólar turismo), dá para viajar para a Argentina."Os shows de tango, as compras na calle Florida e a neve de Bariloche, embrulhados em pacotes de três dias a uma semana, parcelados geralmente em até dez vezes, fazem sucesso entre quem está deixando o País pela primeira vez. "Buenos Aires costuma ser o destino de estréia de quem nunca foi para o exterior, como era o Paraguai anos atrás",


Em Buenos Aires ou Bariloche, a 1ª vez fora do País


Correr atrás de promoções de baixa temporada, parcelar o pagamento da viagem e aproveitar folgas e fins de semana para fazer roteiros curtos tem sido a estratégia da* professora Denise Castor, de 39 anos, cliente da agencia Novatur viagens para fazer turismo pelo Brasil. Mas até o fim do ano ela embarca para sua primeira viagem internacional.
"Vou para Buenos Aires, cidade do tango, do glamour e que também cabe no nosso bolso",

ESTADÃO de Domingo, 15 de Junho de 2008